quinta-feira, 22 de abril de 2010

Outro Video

Outro video feito na India aqui

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Sob o céu da India

De volta ao Brasil, a presença da India se esvaece lentamente...mas alguma coisa fica.

Na India, todos os sentidos sao estimulados na intensidade máxima. Cores, odores, sabores, calores, sons, tudo ao extremo. A desorganização, a sujeira e o assedio de vendedores nas cidades turísticas também incomodam bastante. E a adaptação a nova condição leva cerca de 2 semanas, o que me faz pensar que alguém que visite a India por 2 semanas ou menos tem uma grande chance de nao gostar.

Mas passado o choque inicial se inicia uma espécie de deslumbramento por se estar viajando a um outro mundo, em outro tempo e outro espaço. Por se estar visitando a civilização mais velha da Terra (junto com a China), e poder observar rituais que se repetem da mesma forma por cerca de 3000 ou 4000 anos. E poder observar essa religiosidade, que eh ao mesmo tempo primitiva e repleta de complexos conceitos psicológicas e teorias metafísicas, viva no motorista de taxi, na arrumadeira da casa e no professor eh realmente um dos pontos altos de qualquer viagem a India.

O homem que toca as patas da vaca para receber suas bênçãos, a mulher que se banha no Ganges para melhorar seu Karma, a comida Prashad que te auxilia na busca espiritual, as oferendas aos deuses que moram dentro de cada templo, a indiferença com a morte do corpo que queima na beira do Ganges por se saber que aquela alma estará viajando em outros rios naquele momento, a certeza de estar cumprindo seu papel no mundo, por mais duro que ele seja, os rituais diários a beira do Ganges para agradecer pela sua presença, o iogue meditando ao entardecer, o Sadu que parece ver algo que você nao vê, e tem uma alegria que você nao tem...Isso tudo fica...

E fica principalmente a certeza de que nao ha um caminho ou maneira certos de se estar no mundo. O mundo eh muito grande, e cheio de possibilidades. E todos os caminhos sao certos e possíveis.

Bom caminho pra vocês.

Assista este video

sábado, 27 de março de 2010

Rishikesh e uma consulta medica

Desisti de visitar Dharamsala, e resolvi passar o resto dos meus dias na India em Rishikesh. A cidade eh uma delicia, e tem uma atmosfera que lembra o nordeste brasileiro. Tem montanhas, o Ganges limpo (com praia de areia), um monte de Freaks, gurus, sadhus, hippies, escolas de Yoga, centros de estudos de filosofia indiana, varias livrarias...Foi aqui que os Beatles encontraram seu guru nos anos 60!
Aqui tambem tem muitos centros de Ayurveda (medicina tradicional indiana). E eu, que tenho curiosidade sobre o assunto, resolvi me consultar com um medico ayurvedico. A medicina ayurvedica eh eminentemente preventiva, e portanto nao eh preciso estar doente para uma consulta.
O medico era jovem e muito atenciosos. Disse a ele que eu era medico e tivemos algumas conversas interessantes. Ele tomou meu pulso e disse que eu era predominantemente Pitta. Na teoria da medicina ayurvedica, pode se dividir as pessoas em tres Doshas: Pitta, Kapha ou Vata. Cada Dosha eh formada por dois dos cinco elementos que constituem o universo (terra, fogo, agua, ar e eter). Identificando-se os elementos predominantes em cada pessoa, o medico ayurvedico teoricamente pode prever caracteristicas fisico-psicologicas de cada um, e consequentemente identificar os tipos de doencas que cada pessoa estaria predisposta a desenvolver. Baseadao nessa informacao ele entao sugere modificacoes no estilo de vida / alimentacao para prevenir as doencas.
Muito bem, sou pitta (fogo e agua), e devo evitar pimenta, condimentos, e comer muitas frutas e verduras, entre outras coisas.

Mas o mais interesante da minha consulta foi que quando eu ia saindo, o secretario do doutor ayurvedico, um homem de 24 anos, me perguntou:
Voce eh medico alopata? (acho que devo ter sido o unico alopata a fazer uma consulta ali na historia).
Eu disse que sim.
Ele entao virou o rosto de lado e me mostrou um "caroco" no seu pescoco de cerca de 3cm de diametro (grande), e me perguntou o que era aquilo.
Acabei fazendo uma consulta ali, de pe, em 5 minutos. Como hematologista, recebo muitos pacientes com "carocos" no pescoco, e sei que nao se brinca com isso. Muitas condicoes medicas serias podem se manifestar dessa forma. O problema estava ali ha 4 meses, mas como nao doia, o medico ayurvedico disse que nao era nada de mais. Na minha medicina, o fato de nao doer torna a condicao ainda mais seria.
Tratei de apavorar o paciente pra fazer ele procurar cuidado alopatico o mais rapido possivel. Ele o fez no mesmo dia. O medico fez uma puncao e pediu pra que ele voltasse em 4 dias.
Hoje, andando pela rua, o encontrei.
Ele, com uma tensao no olhar, me disse que seu diagnostico era Tuberculose. Respirei aliviado. A noticia poderia ser bem pior. Tratei de tranquiliza-lo e convence-lo (apavorando-o de novo) a tomar religiosamente os remedios nos proximos 9 meses de tratamento. Ele disse que o faria. Me senti bem. Fui a pessoa certa na hora certa pra ele.

terça-feira, 23 de março de 2010

Guru Prem Baba

Logo que cheguei em Rishikesh entrei em um restaurante e escutei pessoas falando em portugues. Conversei com eles e soube que sao seguidores de um Baba, ou guru, brasileiro chamado Prem Baba, e que ele se encontrava em Rishikesh no momento.
Prem Baba eh tambem psicologo e Xama. Ele pertence a linhagem de gurus Sachcha, que traca sua origem ateh Narada, amigo de Krishna! Resolvi checar.
Todos os dias pela manha ha uma reuniao com guru e discipulos, onde se cantam mantras (em sanscrito e portugues) e no final Prem Baba fala sobre o trabalho espiritual. Ele fala em portugues com traducao simultanea para o ingles.
Fui visita-lo no meu ultimo dia de Rishikesh. Meu trem sairia a tarde para Dharamsala.
Ele inspira muita paz e fala muito bem, abordando assuntos psicologicos complexos com simplicidade. Me senti muito bem durante os cantos, foi um momento de paz em meio ao caos indiano.

Ele falou, durante seu discurso, que os macacos sao um simbolo da mente humana, pois estao sempre inquietos, saltando de um galho (pensamento) para outro, e que na mitologia hindu o macaco eh frequentemente usado neste contexto. Disse tambem que o trabalho espiritual consiste em acalmar os macacos (a mente), que sempre resistem em ser acalmados, para que algo que esta alem da mente (a essencia de cada um) possa se manifestar.
Apesar do assunto ser antigo, achei boa a metafora do macaco.

Quando sai para o patio, ainda pensando no discurso do guru, vi um macaco doente sozinho sob uma arvore, quase morto. Um australiano que observava a situacao resolveu levar agua ao moribundo. Quando o fez, surgiram uns 5 macacos GRANDES e o atacaram. Ele correu, e quando me dei conta estava eu cercado pelos dois lados por dois dos macacos GRANDES, que me atacaram. Corri eu tambem e consegui fugir sem lesoes corporais.
Nao pude deixar de associar os macacos de verdade, me atacando, com os macacos mentais metaforicos resistindo ao controle... Talvez meus macacos interiores estivessem tentando me espantar dali...
Cancelei minha passagem e resolvi ficar mais tres dias!

segunda-feira, 22 de março de 2010

Khumb Mela e Haridwar - Outra cidade de Shiva









Haridwar, ou "a porta para Deus" eh uma cidade sagrada do norte da India, onde o rio Ganges desce dos himalaias e entra na planicie indiana trazendo todas as benesses que um rio desse porte traz, como peixes, fertilidade para a terra, agua, etc.
O rio ganges eh uma deusa (Ganga Mata ou Mae Ganges), que nasce da cabeca de Shiva. Isso mesmo, eh uma deusa presa no cabelo de Shiva e que "solta" o rio Ganges para a India (um detalhe: as figura da deusa Ganges lembram muito Yemanja).
Portanto, ao mesmo tempo em que Haridwar eh uma cidade de Shiva, como Varanasi, o Shiva daqui nao eh sinonimo de morte e cinzas, mas eh um Shiva gerador, de onde nascem as aguas que trazem a vida aos indianos. E os indianos se relacionam como o rio de muitas maneiras. Bebem de sua agua, banham-se em suas aguas, fazem preces com suas aguas, agradecem todos os dias ritualisticamente (puja) a existencia do rio, etc.
Outro detalhe interessante eh que o Ganges da morte de Varanasi eh quase um esgoto, muito sujo. Ja em Haridwar o Ganges da vida eh limpo, com aguas transparentes e muitos peixes. Exatamente como devria ser!
Haridwar eh tambem uma das 4 cidades onde acontece o Kumbh Mela (o maior festival religioso da Terra) a cada 3 anos. E neste ano o festival, que eh astrologicamente definido, acontece aqui de Janeiro a Abril.

Visitei o local dos acampamentos e ashrams hoje e fiquei impressionado com o tamanho da area ocupada. Eh do tamanho de uma cidade, e estara la pelos 4 meses do festival somente. Vem gente de toda a India e de todas as linhas do hinduismo, e os momentos principais do festival sao os banhos no Ganges em datas especificas. Acredita-se que estes banhos auxiliam muito no processo de liberacao do ciclo nascimento e morte.
Me misturei com um grupo de Sadhus, e apesar da nao conseguir me comunicar com eles muito bem, tomamos um cha juntos e tirei algumas fotos.

Hoje entrei no Ganges em Rishikesh (cidade vizinha a Haridwar). O rio me chamou, tive que ir...

domingo, 21 de março de 2010

quinta-feira, 18 de março de 2010

Varanasi - A Cidade de Shiva



Varanasi, ou Benares, eh uma cidade forte. A cidade mais velha e mais importante do mundo, segundo seus cidadaos. A cidade mais sagrada da India, onde os hindus vem morrer ou enviam suas cinzas.
Onde ha um rio que eh uma deusa (Ganges) capaz de nos libertar do ciclo de nascimento e morte, e que deve ser louvada todos os dias com fogo, flores, cantos e incenso, como devia acontecer diariamente no Egito e Grecia antiga.

A cidade de Shiva, o deus iogue da destruicao, que nao da importancia aos afazeres diarios do mundo, e passa seu tempo buscando a verdade imutavel atraves da meditacao. O deus de olhos fechados para o mundo.
A cidade dos Sadhus semi-nus, fumando maconha, que abandonaram suas familias e procuram acender seu fogo interior e encontrar, como Shiva, a mesma imutavel verdade.

A cidade da morte, do fogo, dos tridentes.

A cidade da lenha interminavel que se acumula nos depositos antes de queimar os interminaveis corpos mortos que passam pelas estreitas ruas dia e noite, carregados por corpos vivos, ateh as fogueiras a beira do rio, para que suas almas possam seguir seus caminhos.

Uma cidade que nos lembra a todo momento que a morte chega, mais dia menos dia.

Taj Mahal





Foi a mais linda
História de amor
Que me contaram
E agora eu vou contar
Do amor do príncipe
Shah-Jehan pela princesa
Mumtaz Mahal
Do amor do príncipe
Shah-Jehan pela princesa
Mumtaz Mahal...

Tê Tê Tê, Têtêretê
Tê Tê, Têtêretê
Tê Tê, Têtêretê
Tê Tê...
(Jorge Ben)


Taj Mahal significa: "Palacio da Coroa", como se o domo central fosse a coroa do palacio.
O Taj Mahal eh um Mausoleu. Um tumulo, que Shah Jahan fez pra sua esposa preferida, quando ela morreu no parto do seu decimo quarto filho!
Nao precisa nem fala o quanto ele eh lindo, inteiro de marmore e cravado com pedras semi-preciosas.

Mais do que um predio, o Taj Mahal eh um complexo de predios e jardins, com casa de hospedes, casa de musicos, mesquita, fontes, etc. Alias esse era o padrao dos mausoleus dos imperadores Moguls da India, e como o Taj Mahal, ha varios outros. Visitei tambem o mausoleu do imperador Akbar, o grande (primeira foto), avo de Shah Jahan, e o do bisavo dele, Humayun. Todos lindissimos. Mausoleus dessa grandeza me parecem uma tendencia descendente dos faraos do Egito e suas grandes piramides para os mortos.

Uma coisa interessante, que eu nao sabia ateh chegar aqui, eh que o Taj Mahal eh simetrico, ou seja, de qualquer um dos quatro lados que se olhe, a visao eh exatamente a mesma. E o complexo de predios tambem eh simetrico. Dizem que Shah Jahan era maniaco por simetria. Do lado direito do palacio ha uma mesquita. E como toda mesquita ela eh virada de frente para Meca. Para manter a simetria, Shah jahan construiu do lado oposto um predio identico, simetrico, que chamou de casa de hospedes (mas quem eh que se hospeda em mausoleus?!). Esse predio construido para manter a simetria deve ter mais ou menos o tamanho da Catedral da Se!

Dizem que depois de 20 anos labutando na construcao do Taj Mahal, os trabalhadores tiveram seus bracos cortados, para que nunca mais se construisse algo dessa magnitude.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Delhi to Agra

Jainismo

O jainimo eh uma das religioes da India, tendo se separado do hinduismo entre os anos 900 e 600 antes de cristo.
A religiao prega a teoria do carma, da re-encarnacao, da iluminacao atraves do auto controle e da meditacao, como no hinduismo. Um ponto centralda religiao jain eh a nao violencia, que vale para todas as formas de vida, desde bacterias ate outros seres humanos. Monges jain nao viajam a noite para nao pisarem em formigas, nao comem depois do por do sol para nao comer insetos por acidente e tambem nao comem vegetais que devem morrer para servir de alimentos (como tuberculos por exemplo).
A comsologia jain eh complicadissima. As eras, ou eons, para os jains sao divididas em 6, que se repetem sucessivamente ad eternum. A primeira eh algo parecido com o paraiso cristao. Nao havia tristeza, inveja, ira, fome, e nada de ruim. As pessoas mediam uns 10 kilometros de altura e viviam trilhoes de anos. Esta era tambem durava tanto que eh impossivel contar o tempo. Nas eras subsequentes a qualidade de vida vai ficando pior e tanto as pessoas quanto as eras e as vidas vao ficando mais curtas. Nos vivemos na quinta era, onde a vida eh bem ruinzinha, se vive no maximo 130 anos e a altura maxima de uma pessoa deveria ser 1.8 metros (aqui falhou um pouco a previsao). Essa era ainda durara und 18.000 anos. A ultima era sera maio como o inferno cristao. Mas depois, comeca tudo de novo ao contrario, e a vida vai progressivamente melhorando, ateh que as pessoas mecam uns 10 km de novo!!
Os templos jain sao muito parecidos com os hindus, porem muito mais caprichados, na minha opiniao.
Visitei um templo jain em Osian (Rajastao) que existe ha cerca de 1.200 anos e continua em plena atividade. Muito lindo. Ganhei uma estatua de Ganesha de presente do encarregado pelo templo (que tambem eh escultor e sacerdote). Visitei tambem templos jain em Delhi e Jaisalmer. Todos cheios de esculturas e pinturas lindisimas.
Osho era jain, e o jainismo tambem influenciou muito Mahtma Gandhi (na questao da nao violencia), que nasceu no estado do Gujarat, em uma regiao com bastante influencia jain.

domingo, 14 de março de 2010

Annaprashan ou a primeira refeicao

Hoje fui a uma festa onde se celebrava a primeira dieta solida de uma menina de 6 meses. Ateh entao ela so havia se alimentado de liquidos (leite, agua e cha).
Esse ritual hindu chamado Annaprashan marca a segunda seeparacao entre mae e filha (o) (a primeira foi o nascimento), ja que a partir dai comeca o processo e desmame.
Normalmente quem da a comida para a crianca eh algum membro da familia do sexo masculino. Hoje quem o fez foi o tio da menina.
Quem escolhe o melhor dia para a realizacao da Annaprashan eh o astrologo, e a comida administrada eh antes benzida por um bramin.
Depois houve um almoco indiano tipico delicioso.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Deserto Thar em Jaisalmer








Vim passar a quaresma na India, e entao resolvi passar uns dias no deserto, como cristo. Eramos um grupo de doze pessoas, como os apostolos. Um nao aguentou e foi embora mais cedo, traindo o grupo, como Judas... A cada bode preto que eu via ( e eu vi mais de cem) me perguntava se seria o diabo vindo nos tentar, mas eles so queriam a nossa comida!
O melhor de passar uns dias no deserto foi dormir sob um ceu abarrotado de estrelas, como eu nao via ha anos. E no meio da noite ser despertado com a claridade do nascer da lua.
Os dias sao muito quentes, mas vale muito a pena. Foi bom tambem para descansar um pouco da correria que eh a India.

Isso tudo aconteceu em Jaisalmer, cidade do Rajastao, localizada no extremo oeste da India, na fronteira com o Paquistao.
A cidade eh um sonho. Fiquei hospedado dentro do forte da cidade, que foi construido no seculo XII. A cidade eh inteira dourada. Desde a areia ateh as casas e o forte.
Muitos musicos de diferentes castas vivem na regiao: Langa, Manganiyar, Bhopas, etc, e tocam os mesmos instrumentos que seus antepassados manufaturaram e tocaram. Tive muito contato com esses musicos e comprei uma Ravanhatta (um ancestral do violino) pra mim.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Ganesha

O hinduismo tem mais de 300 milhoes de deuses ou deusas, mas eh curioso notar que Ganesha esta em toda parte. Em todas as casas, castelos, monumentos ou templos em que estive, ha uma estatua de Ganesha perto da porta. Ganesha eh o deus que remove ou coloca os obstaculos na sua vida, portanto antes de iniciar qualquer empreitada, seja um casamento, uma nova loja, um ritual para qualquer outra divindade...ha que se pedir antes para Ganesha.Ganesha eh o deus a que se recorre no dia a dia, o deus da boa sorte.
Ganesha eh o filho de Shiva, o Deus asceta e Iogui e Parvati, a deusa associada ao poder.
No corpo humano Ganesha mora na base da coluna vertebral (chacra basico associado a terra).
Ganesha alem do removedor de obstaculos eh tambem o deus associado a escrita e ao conhecimento, ou intelecto.

Eh tentador fazer sincretismos com divindades de outras tradicoes.
Na Umbanda e Candomble, o removedor de obstaculos seria o Exu, tambem associado ao elemento terra (como Ganesha).
Na mitologia grega Hermes eh o deus associado ao intelecto (como Ganesha), o deus dos malandros (como o Exu) e o mensageiro entre deuses e homens (como o Exu).
Interessante!

quinta-feira, 4 de março de 2010

Jodhpur - A cidade azul

Jodhpuur fica no coracao do Rajastao, no deserto do Thar. Ficou bem claro na viagem de onibus de Jaipur ate aqui, que a vegetacao foi ficando cada vez mais seca e com menos verde. E uns 90 % das arvores aqui sao de um tipo so, chamado khejadhi. Uma arvore de tronco retorcido estilo cerrado brasileiro. Aqui fica localizado o maior forte do Rajastao, o forte Mehrangarh (ou forte majestoso), que foi construido no seculo XV pelo Rajput Rao Jodha (o fundador da cidade), e depois foi aumentado e reformado algumas vezes nos seculos subsequentes. O forte fica no topo de uma montanha, como que vigiando a cidade. Um espetaculo! O Maraja daqui ainda eh vivo e vive em um palacio perto do centro da cidade. Dentro do forte muitos musicos locais, contratados dos Marajas, tocam sua musica. Alias a musica do Rajastao eh super rica, com varias castas de musicos e instrumentos musicais totalment originais, que nao se encontra em nenhum outro lugar da Terra. Vou falar mais sobre isso depois. Uma imagem que me chamou a atencao no forte foi a de um painel na porta do forte com varias maos moldadas (foto). Esses sao os moldes das maos das viuvas dos Marajas (ou seja, as rainhas), que por ocasiao da morte de seus maridos, passavam pela ultima vez pela porta do forte (onde mergulhavam as maos na argila), a caminho do crematorio real, em meio aa procissao que levava o corpo do rei. A procissao era composta por musicos, bramins (sacerdoites), nobres, parentes e toda a populacao local que assistia ao espetaculo. No momento da cremacao, a viuva se sentava ao lado do corpo do marido ate serem os dois consumidos pelas mesmas chamas. Ele morto, ela viva. Depois do ritual, as cinzas dos dois eram coletadas e depositadas no rio Ganges, em Varanasi. Esse ritual foi abolido pelos ingleses, quando dominaram a India, mas as marcas das maos dessas mulheres continuam la.

terça-feira, 2 de março de 2010

Jaipur





Jaipur eh a capital do estado indiano do Rajastao (que significa "terra dos reis").
Aqui no Rajastao se encontram muitos castelos e fortalezas que foram construidos nos ultimos 400 anos. Basicamente os Rajputs (nobreza local) disputavam quem seria capaz de construir um palacio ou fortaleza mais suntuosos, e como consequencia disso, no estado todo ha mais de 10 fortes e palacios que valem a pena ser visitados.
Depois que a Inglaterra invadiu a India os Rajputs foram perdendo poder progressivamente e hoje ainda conservam os titulos de Marajas, a pompa e as propriedades (muitas das quais se transformaram em hoteis), mas nao estao nem perto de ter o poder que tiveram no passado.
Hoje visitei o palacio real de Jaipur (onde a familia real vive ate hoje) e o forte Ambar (que eh mais antigo que a propria cidade de Jaipur. Ambos muito bonitos. , porem com um ar de decadencia.
Os Rajputs sempre foram conhecido por ser grandes guerreiros, e ainda hoje tem uma presenca importante no exercito indiano.

Outra caracteristica marcante do Rajastao eh a musica. E eu tive a oportunidade de assistir outra vez a um grupo de musica do Rajastao, no mesmo festival que assisti em Delhi, e que me acompanhou ateh Jaipur, coincidentemente, o Jahan e Khusrau.

Ontem visitei um templo Indu dedicado a Vishnu. La encontrei macacos, fieis, os cuidadores do tempo e um Sadhu (sabio indiano que abandonou a vida, e vive como um mendigo, para alcancar a iluminacao). Quando fui tirar uma foto dele, ele comecou a falar em hindi comigo, parecendo um pouquinho alterado. Um fiel que estava no templo me traduziu. Ele me dizia que era muito poderoso e que podia fazer coisas impressionantes com seu poder. Eu disse que acreditava e que por isso mesmo gostaria de tirar algumas fotos. Ele permitiu. Depois dei 30 rupias (1 real aproximadamente) a ele, e ficou tudo bem (vide foto).







segunda-feira, 1 de março de 2010

HOLI - FESTIVAL DAS CORES

Holi eh um festival bem importante, celebrado por todos os indus, na India e fora dela. Eh a comemoracao da vitoria de Vishnu, encarnado em um corpo que era metade homem e metade leao, sobre um demonio muito malvado chamado Hiranyakashipu, que dominava a humanidade na epoca. Libertando assim os homens dos poderes de Hiranyakashipu. A celebracao consiste em jogar corantes e agua em todo mundo que passa pela rua. Ha tambem uma bebida doce tipica chamada Bhang que eh preparada com folhas de canabis (maconha pros intimos), que as pessoas bebem durante a celebracao. Nao encontrei ninguem em Jaipur bebendo isso. Preeth, meu amigo de Jaipur, disse que a policia esta atenta ao consumo de Bhang pois no passado eram comuns acidentes fatais, brigas e muita confusao por causa do Bhang. Encontrei um grupo de ciganas do Rajastao tocando tambores e dancando (vide fotos)

De Delhi para Jaipur

Dia tranquilo ontem. Passei a maior parte do tempo em casa e a noite fui novamente ao festival de musica Sufi. Desta vez pra assistir uma superstar da musica sufi chamada Abida Parveen, do Paquistao, e um bailarino indiano chamado Astad Deboo, que dancou a musica de Malini Awasthi. O numero de danca foi infinitamente melhor do que a superstar. A danca eh sensacional, com movimentos que lembram as lutas do filme matrix, mas em camera lenta.
Sai do concerto, fui ate a rodoviaria e peguei um onibus para Jaipur. Cheguei em Jaipur as 4 da manha e vim para a pousada em que estou. Ela pertence a um capitao da marinha indiana aposentado e sua esposa. Uma casa linda e muito confortavel.
Hoje vou celebrar Holi nas ruas de Jaipur.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Akshardam (Templo Indu) e Jantar Mantar (observatorio astronomico)

Depois de 3 dias conhecendo a Delhi islamica, ontem finalmente visitei um templo Indu. Enorme, lindo, cheio de jardins, paredes esculpidas com deuses, animais, cenas de guerras santas de um passado mitologico, etc. O templo se chama Akshardam. Apesar de toda a pompa, infelizmente tinha um pouco de clima de Disney world. Uma Disney world metafisico-filosofica. A entrada era de graca, mas dentro havia pracas de alimentacao e muitas lojinhas de souvenirs. Experimentei faluda, uma sobremesa feita de vermicelli gelado (um tipo de macarrao), semente de tapioca e agua de rosas. Uma delicia, mas devia ter umas 1000 calorias. Fiquei satisfeito por horas. Uma vez comi uma sobremesa libanesa parecida com isso na casa do Khaled (primo da Aline, minha namorada).

Fui ao templo, de moto com Arijit, um amigo de Assam que conheci aqui. No caminho paramos em uma plantacao de trigo e rabanetes, com aqueles trabalhadores usando roupas coloridissimas(fotos).









Mais tarde visitei o observatorio astronomico construido por Jai Sigh II, um Maraja indiano, ha 300 anos. Ele construiu 5 desses observatorios, o principal sendo em Jaipur (que eu vou visitar em dois dias). Construcoes muito interessantes! Elas nada mais sao do que instrumentos gigantescos para medicoes astronomicas como: medir o diametro do sol, movimento das estrelas, a passagem de tempo (relogio solar), etc.
Esse eh o observatorio (o de Jaipur) que Cortazar escreveu sobre no texto chamado "a prosa do observatorio", que alias, vale muito a pena ser lido. Porque Jai Singh II resolveu construir instrumentos tao grandes nao eh muito claro, uma vez que os instrumentos tradicionais sao muito menores. Alguns acreditam que isso foi pra aumentar a precisao das medicoes, mas nao se sabe ao certo. Minha opiniao eh que ele fez isso pra sentir mais "de perto" o funcionamento do universo (para se religar ao universo), pra poder literalmente ver o movimento da sombra do sol e da lua atravessando as marcas das reguas gigantes que construiu. Quase como uma maquina para decifrar as mensagens divinas que vem em forma de movimento. O sol eh o universo, a regua eh o homem. Uma mistura de observatorio cientifico e templo, de razao e sentimento, de entendimento e contemplacao. Misturando ciencia e religiao (religacao) atraves de um trabalho artistico - cientifico. Ciencia religiao e arte ainda amalgamados.



sábado, 27 de fevereiro de 2010

Templo de Lotus e Festival Sufi

O templo de Lotus eh o setimo grande templo mundial da fe Bahai. Religiao nova que nasceu ha cerca de 150 anos na Persia e vem crescendo bastante no mundo todo. A fe Bahai tem um ideal unificador bastante interessante. Eles aceitam os grandes mestres das tradicoes judaico-crista, Zoroastrica, islamica, hindu e budista como autenticos enviados divinos, alem do 2 novos mestres fundadores da religiao (Bab e Bahaullah). O templo eh de cair o queixo. Os jardins onde o templo eh construido tambem. Tudo lindo. O numero nove eh "O NUMERO" na religiao Bahai, representando o todo, a unicidade e a unidade. E o templo eh construido baseado no numero nove. Sao nove piscinas sob o templo, 9 petalas na flor de lotus que constitui o "domo" do templo e mais nove petalas abertas cercando as petalas centrais. Por dentro essa arquitetura fica ainda mais bonita, pois ha 9 grandes arcos e uma estrela e 9 pontas no topo do templo. Eles acreditam que Deus enviou sua mensagem ao homem dividida em nove partes, atraves de 9 profetas: Adao, Moises, Krishna, Zoroastro, Buda, Jesus, Mohammed, Bab e Bahaullah. A noite fui assistir ao festival de musica sufi chamado:jahan-e-khusrau, que aconteceu em um lugar chamado Tumba de Humayun Musicos do Rajastao (Samandar Khan and group) dividiram o palco com uma cantora paquistanesa (Sanam Marvi) para fazer um show de Qawalli (musica sufi) inesquecivel. Foi um dos melhores shows da minha vida sem sombra de duvida. Alias, pra quem so conhece o lado bomba do islam prevalente na midia dos nossos dias, vale a pena estudar um pouco de sufismo, com sua musica, danca, poesia, pintura, cosmologia e amor. O sufismo esta para o islamismo mais ou menos como a cabala esta para o judaismo e os gnosticos para o cristianismo. Cheguei em casa e celebramos o aniversario de Arindita, a namorada de Ashish, que eh nascida no estado e Assam. Alias eh interessantissimo notar que as pessoas do nordeste da India (Assam incluido) se parecem muito com os indios da america do sul.


sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Delhi Antiga



Visitei Delhi antiga ontem. Ela eh a setima cidade construida sucessivamente uma apos a outra em sucessivas invasoes da India:
Delhi 1 - Indraprastha - Seculo 12 - Cidade Hindu
Delhi 2 - Siri - Seculo 12 - Cidade Muculmana (Imperio Turco - Afegao)
Delhi 3 - Tughlaqabad - Seculo 14 - Cidade Muculmana (Dinastia Tughlaq)
Delhi 4 - Jahanpanah - Seculo 14 - Cidade Muculmana (Dinastia Tughlaq)
Delhi 5 - Firozabad - Seculo 15 - Cidade Muculmana
Delhi 6 - Shergarh - Seculo 16 - Cidade Muculmana (Imperio Afegao)
Delhi 7 - Shahjehabanad - Seculo 17 - Cidade Muculmana (Imperio Mogul)
Delhi 8 - Nova Delhi - Seculo 19 - Cidade Inglesa (imperio Britanico)
A setima Delhi foi criada por Shah Jahan (o da musica do jorge Ben de novo), e eh a Delhi antiga. Os dois monumentos principais sao o forte vermelho e a grande mesquita (Jama Masjid). Deu pra perceber que Delhi eh uma cidade com uma forte historia muculmana, e eh assim que ela parece. A presenca muculmana eh fortissima e os monumentos principais tem arquitetura muculmana. Mas fora o aspecto historico, minha impressao constante foi a de caos. Muito barulho, muita gente, muito transito, muita fumaca, muitos mendigos, muitas linguas... Andei quase o dia todo em uma Rickshaw e acabei ficando meio amigo do motorista (nao sei se "motorista" eh a palavra certa, uma vez que rickshaw nao tem motor...), na medida do possivel, porque o ingles dele era quase inexistente. Ele me levou sem que eu pedisse a um temple Jain que tem 1000 anos de existencia, ou seja, ja estava la antes da primeira Delhi ser construida. Entrei pelos fundos, que ficam escondidos em um beco que da medo. O motorita bateu na porta. Deu pra ver pela porta transparente que um homem levantou da cama e veio abrir a porta. Entrei e ele me guiou Shahjehabanad atraves do templo, depois que eu tirei os sapatos e lavei a maos e o rosto para me purificar da energia da cidade. O templo eh maravilhoso, com muitas estatua de marmore e onix e todas as paredes e o teto pintados a ouro. Fotos nao sao permitidas. Decidi comer no Connaught Place. Um lugar de negocios e comercio um pouco mais ocidentalizado. Dois homens com seus 25 anos mais ou menos e trajes ocidentais puxaram conversa comigo (provavelmente porque eu nao sou indiano), e me indicaram um lugar legal pra almocar. Almocamos os tres. Eles estao na faculdade, sao muculmanos e um deles namora uma brasileira, o que estreitou nossa conexao. Eles foram muito legais comigo e me sugeriram uma agencia de turismo pra planejar o resto da minha viagem. Na agencia conheci Ajaz, outro muculmano da Cashmira, que ja esteve no Brasil e que ficou meu amigo. Ele arranjou pra eu ir ontem mesmo assitir a uma apresentacao de musica Qawalli ( musica sufi sagrada dedicada a Deus e aos santos e profetas muculmanos) no tumulo de um santo Sufi do seculo 13, chamada Nizamudin, que foi um sonho. Sempre quis assistir a uma apresentacao dessas ao vivo e tinha duvidas se isso aconteceria um dia. Mas o destino de alguma forma acabou me levando ateh la. Sai e fui jantar na casa de um amigo do Ajaz, que comeu pato ensopado e arroz com as maos. Achei melhor nao comer. Depois ele me levou pra casa. Me tratou bem Delhi.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Noida

Estou na casa do meu amigo Ashish em Noida. Uma cidade da grande Delhi.
Ontem comprei um celular pre-pago. Paguei o equivalente a 60 reais.
Andei pela regiao com o motorita do Ashish, pra tirar umas fotos. Tive a impressao de que o bairro quase inteiro era uma mistura de feira com favela, pastos, com centenas de vendedore e prestadores de servico espalhados pelas ruas oferecendo: cortes de cabelo, reparo de relogios, assistencia medica, lavagem de roupas, frutas, verduras, temperos, frituras, incensos, etc. As ruas como todos ja sabem era dividida entre carros nas duas maos, vacas, bufalos, rickshaws, Auto-rickshaws, bicicletas, motos, carrocas... Pessoas dormiam nas calcadas. O ar era feito de muita poluicao, xixi, incenso, cardamon, anis, suor, etc. As mulheres todas muito enfeitadas (mesmo as miseraveis) com seus saris colridos, brincos e colares. Os homens todos, apesar de sujos, tinham seus cabelos engomados, e calcas e camisas bem passadas. Todos me olhavam como se eu fosse de outro planeta. Alguns me olhavam feio quando eu apontava minha camera (principalmente mulheres), outros me pediam pra tirar fotos e gostavam de ver como tinha ficado depois. O motorista que me acompanhava a pe no meio das pessoas parecia ter medo de algumas mulheres e me orientava a nao tirar fotos delas. Ele sabia que elas falavam outra lingua so de olhar suas roupas!!??
Mas apesar de tudo isso, devo dizer que estava me sentindo bem no meio desse caos.
O indano eh essencialmente diferente dos ocidentais. Em muitas coisas. Nao sei definir bem ainda. Falam em um tom de voz mais alto, que aprece uma discussao, quando na verdade nao eh. Ficam mais proximos, fisicamente, da gente do que seria esperado, se intrometem em conversas alheias, nao respeitam muita fila, parecem alegres, a despeito da condicao miseravel, e mais coisas que ainda nao sei por em palavras.

Indianos


Finalmente...India

Depois de aproximadamente 2 dias de viagem, Sao Paulo - Newark - Delhi, finalmente a india me deixou entrar. Sou grato por isso.
Cheguei em Delhi ontem a noite. Meu amigo aqui - Ashish Chopra - arranjou um taxista pra me levar do aeroporto ate a casa dele. Ele nao falava uma palavra de ingles, e como meu hindi nao eh bom o suficiente para uma conversa, o taxi foi silencio.
Pude experimentar o famoso e emocionante (estressante pra ser mais preciso) transito de Delhi, com 3 carros ocupando duas faixas praticamente o tempo todo, com centimetros de distancia entre eles. Vi uma pequena batida com direito a briga (fisica) no transito e senti o ar poluidissimo da capital indiana.
Cheguei em uma casa confortabilissima onde Ashish me esperava com o jantar pronto: Paneer, espinafre e ervilhas com tomate. Delicioso.
Dormi uma boa noite de sono e no cafe tivemos manteiga, yogurte, ovos mexidos e pao indiano feito com couve-flor ou alho. Tudo caseiro, preparado na hora. Delicioso outra vez.
Hoje vou comprar um telefone e planejar o resto da viagem.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Planejando a viagem

Começo aqui um pequeno roteiro desejado de viagem (a ser concretizado quando eu chegar à Índia) começando por Delhi, onde vou desembarcar. O que quero ver na capital da Índia:

1 - O Forte vermelho: Construído por Shah Jahan (aquele da música do Jorge Ben, que também construiu o Taj Mahal para a esposa falecida), o imperador muçulmano que dominava a Índia no século 17, pra ser seu palácio na nova capital. Ele acabou não tendo a chance de viver lá, já que seu filho se rebelou contra ele e o colocou em prisão domiciliar no forte de Agra.

2 - A grande mesquita de Delhi: Construída também por Shah Jahan.

É curioso notar a quantidade de mega-monumentos que ele construiu, ou ajudou a construir:
Taj Mahal o forte vermelho, a grande mesquita de Delhi, a mesquita de pérola de Lahore, o mausoléu de Jahangir , etc, etc.
Aliás ele também tinha fama de gostar bastante dos prazeres da carne. Tinha um harém enorme com mulheres pra todos os gostos.
Seria um bom caso-estudo para Freud que via como motor propulsor das realizações do homem o desejo sexual. Quem sabe se tivesse menos mulheres, construiria ainda mais monumentos...

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Chegando ao destino

Dizem que nao é você que escolhe visitar a Índia, mas a Índia é que te escolhe. Acho que é verdade.
Comprei minha passagem há 5 meses, São Paulo - New Jersey - Delhi, partindo 12/01/10.
Precisaria de visto para entrar nos EUA e na Índia. O da Índia foi fácil. Tá na mão.
Já o americano...
Um dia antes da entrevista para o visto dos Estados Unidos, no início de dezembro, depois de 5 anos ganhando de um linfoma, morreu o pai da minha namorada. No dia da entrevista, além do enterro, São Paulo viu um dos maiores alagamentos dos últimos tempos, que fez a cidade parar. Resultado: Não fui ao consulado.
Consegui remarcar a entrevista para 6 de janeiro, 6 dias antes do meu vôo. O visto, já aprovado, ficaria pronto no dia 11/01. Um problema técnico na impressão do visto atrasou este processo e meu visto ainda não está pronto hoje, 12/01, e não se sabe quando estará. Meu vôo partirá em 6 horas, sem mim.
Vou à Índia, mas só quando a Índia me quiser.